sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Rústico ou urbano, que destino para o Vale da Paiã?


Esta é uma ínfima parte das muitas dezenas de hectares de terrenos (quase duas centenas), onde se incluem vários bairros sociais, uma escola agrícola e quintas seculares, sitos na freguesia da Pontinha – Famões, concelho de Odivelas.
Grande parte foram loteados para construção e/ou indústria, embora estejam em área considerada “não edificável” pelo Plano Diretor Municipal (em zonas geologicamente instáveis, leitos de cheia, parcelas de grande potencial agrícola e nalguns casos implantados em reserva nacional – agrícola e ecológica).
Valem muitos milhões de euros e são um património demasiado apetecível e que sempre despertou a cobiça de alguns políticos, mesmo que estejam sobreavaliados no cadastro predial devido à alteração do uso feita de forma ilegal durante o início da década de noventa do século passado.
Adquiridos pela Junta Geral do Distrito uns, pela Junta de Província da Estremadura outros e, sobretudo, pela Junta Distrital de Lisboa a maioria, foram herdados pela Assembleia Distrital de Lisboa após o 25 de abril de 1974 e a partir de 1991 passaram para a gestão do Governo Civil de Lisboa e para a titularidade do Estado Português em 2008, sobretudo as frações habitacionais dos bairros sociais Dr. Mário Madeira e de Santa Maria bem como a quase totalidade dos lotes urbanos apesar de inseridos (todos eles) em loteamentos clandestinos.
Resolvida a questão da Universalidade Jurídica da Assembleia Distrital de Lisboa de forma definitiva, encerradas todas as polémicas sobre quem é o proprietário legítimo e de direito de todo o património predial ainda registado no presente em nome desta entidade, ficam algumas perguntas por responder:
Qual será o destino destes terrenos? Manter-se-ão como rústicos ou pretenderá o Estado corporizar o uso clandestino que lhes foi atribuído? Que papel será o da autarquia nomeadamente como travão à eventual pretensão do Governo vir a urbanizar aqueles terrenos? Que poder de negociação tem o Município de Odivelas agora que no executivo do país está quem ajudou a inviabilizar a solução proposta pela própria Assembleia Distrital na sua reunião de 24 de outubro de 2014?
Embora conscientes de que muitas dúvidas há por esclarecer, ficamos por aqui.

Alguns documentos e/ou fotografias a consultar:
Quinta Santo António (álbum fotográfico)
Terrenos (álbum fotográfico)
Vale da Paiã (álbum fotográfico)
Quinta do Enforcado (álbum fotográfico)
Inventário predial (30-06-2013)

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